Psi!

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Um aquário pra guardar o peixe; cadeira de balanço; extintor de incêndio cromado; pisca-pisca de natal o ano todo – pra manter a família unida por mais tempo; espelhos, poucos espelhos; nebulizador; lupa; aquela minha fofolete roxa desse tamaninho; kit primeiros socorros; muita gase para estancar; a coleira da catita.

Eu chorei a morte da catita. E você tirava o pó das coisas.
Eu quero chorar uma outra vez.
Para! Para com isso! Uma vez que se espana o pó, ele se eleva pra já já recair no mesmo lugar.
Ela nunca entende. Nunca.
Psi! Eu to falando com você! Eu quero chorar uma outra vez.
Ela se dedicava demais às paixões, o que era ruim para a pele.
Ai! Será que você não vê que eu to querendo te ajudar? Que se eu to te pedindo para parar e me olhar é para o seu bem?
Divide comigo. Me escuta. Aqui.
Ai! Deu um jeito aqui!
Ai! Ai! Deu um jeito aqui!
Escuta: não faz mais isso não, ta? É ruim pra gente. Eu te amo tanto e me angustia ter que chamar sua atenção.
Eu sei, eu entendo, mas tudo que é meu é seu. A gente não precisa viver assim.
Ah, querido, você é tudo que eu sempre quis. Sou tão feliz por ter você na minha vida. Te amo.
Agora pede desculpa.

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