Constatação do calor:

|

acho que sou só amor.
alegria e certeza do encontro.
=*

O nosso cartaz!

|


CACO - possível produção de memória para o espaço da casa

|



O nosso teaser: coisa mais linda!

Obrigado Pedro Capello!

=)

A dramaturgia dentro da dramaturgia:

|

Verticalizar
Conscientizar
Internalizar
Aprofundar

sobre os olhos da casa

|

|

Tenho medo dos dias
em que já acordo fazendo alguma coisa...
medo de continuar no sonho
(no tal sonho que sempre tenho).
Medo de esquecer da minha rotina...
Medo de esquecer de mim
e ficar só na coisa...
a tal coisa que já acordo fazendo.

Para os pares da casa.

|

Antes que se esqueça
É necessário lembrar
Dos dias coletivos
Das gargalhadas no bar
Lembrar o som da estrada à noite.
Lembrar de beber água.
Não esquecer de viver.

Um lugar

|

Retiro o que disse e me despeço...
Não quero que me devolva
os nossos livros e discos...
Não quero que se esconda.
Não quero que sofra.
Não quero que se esqueça.

Retiro-me de ti
e só quero
estar em algumas lembranças...
em algumas noites chuvosas.
Só quero estar na sua solidão.

|

Agora a porta já não está aberta
e as janelas são presas por grades
grossas.
A ferrugem corroe a grade.
As grades sufocam as janelas
e a porta permanece fechada.

Não posso entrar.

Para Dani:

|




Imagens para inspirar a arte do nosso programa!

Can't Smile Without You - Barry Manilow

|



Reparem na galera e no coqueiro neon. Beijoz pra quem adora!

Barry Manilow - Can't Smile Without You

|



Para o momento depois da palestra. Para bailarmos o amor, para juntarmos com "meu amor, meu amorzinho". Para falarmos de nossos pais, dos casamentos que não deram certo e também dos que deram. Para lembrar que "devemos voltar a nos apaixonar todos os dias de outra maneira"!

Breves Considerações:

|

Moradores, espero, mesmo, que possamos ter o roteiro do espetáculo pronto nesta semama. Acho que assim conseguiremos definir e estudar de forma mais precisa e profunda as trajetórias de vocês durante o espetáculo. Mas, mesmo assim, peço que todos busquem fazer este exercício de aperfeiçoar o caminho. Ter noção do todo e em sua parte no todo é mais que fundamental. Depois disso acho que poderemos fazer o exercício sugerido pelo Gunnar como também dar mais atenção a momentos e caracteres isolados.

Vamos ficar atentos ao que a Adriana disse. Vamos olhar para nossos corpos, descobrir onde nasce ou surge esta tensão. Vamos nos perguntar de onde ela vem e que força ela tem para atravancar os ombros, limitando os movimentos. Precisamos estar cada vez mais com o corpo aberto, constantemente atravessado pelo fuxo de informações e afeto. "É preciso estar atento e forte".

Saídas e entradas, troca de materiais, transições, rítmos e silêncios....para onde vamos? É crucial que essa resposta possa ser respondida por todos os jogadores mesmo quando não se está em cena. Pensar na obra, no espetáculo como um todo que transita e se enriquece!

Temos uma dramaturgia e é agora que o trabalho começa!

Atenção moradores: espero vocês na sexta-feira, com o mesmo sorriso de sempre.

Para Dani:

|


Auto-Ajuda - Necessidade de ter alguém

|

Para Lila e Fred: reparem na forma como ele fala. As pausas, as tentativas de atingir o receptor pela calma. Se apropriem deste modo palestra, centrado e aparentemente neutro de dizer as coisas.

Briga dos Peixes

|

eles brigam em círculos.

Para Gunnar e Dóris:

|

Atentem para as trocas de direção e os movimentos de ruptura do fluxo. As curvas.

tempo/duração/espaço

|

um susto.

Ideias líquidas.

|

(O que o vídeo me faz pensar).
Cortes de pensamentos também se apresentam em movimentos e toda a multiplicidade de gestos. O que não foge mesmo é pensar em rasgar, romper e traçar. Tudo de fato parece o dedo que indica a dor, ou só caminho mesmo. E no que isso se condensa em imaginação é uma rede de trajetos que liga e se separa ao mesmo tempo. Toda casa esconde seus encanamentos e tudo vira linha debaixo da terra-cimento que delimita caminhos. Não se sabe- e nem eu até agora- é que tudo o que une não é estrutura, e sim aquilo que se torna essencial. Disso que penso agora é a água. De repente me pareceu elementar e trasnbordou a elemento. Meu elemento nesta casa é a água (do cano). A começar por aquelas águas que batem nas bordas, pias e dão choques em rostos que acabaram de acordar, e bochechar aos escovar os dentes que nos força a dar pequenos sorrisos logo de manhã. Estranhamente infantil. Penso depois em cubos de gelo, estado de rigidez e solidificação dos enquadramentos e ordens, perfeitos cubos que, quase à força de quebrar a fôrma de gelo, escorrem pelo chão deixando rastro quente daquilo que foi gelado. Água é espelho de narciso.
Quando tudo chega ao limite penso naquilo que transborda, por que água não gosta de limite e existe algo que delimita espaço. Água de enxente não escolhe caminhos, sai lambendo portas e corredores.
Lava Lava Lava que água é suja, que água limpa! Da piscina pós-sexo, da máquina de lavar. Quieto, eu acompanho o mesmo sentido do fluxo que o fim é o mesmo e o ralo também.
Água na taça para a mesa 1. Água com gás e bolhas para a mesa 2. Água tônica para a mesa 3.
Água que sai em gotas do cuspe da boca que baba e cospe e que seca a água no canto da boca e que enche a boca d´agua para falar.
E agora submersão. Pensar que a água da bolsa é água de aquário. Tudo ambienta seres, líquidamente suspenso no espaço. Talvez gota e brisa, chuva e tempestade, contração e expansão, peixe e embrião, feminino e masculino.
Para que toda ela seja suor, sempre.

Para o Gunnar:

|

Para sugerir imagens.

Para Gunnar:

|

A dança da mulher grávida. Grávida da casa, das relações, das paredes e seus afetos. Grávida de fluxos, movimentos em massa e pontos de desequilíbrio. A imagem mais leve que é portadora de um dos maiores pesos: a vida.

Para Fred:

|

Eu chorei porque você deixou o coelho cair na hora mais importante.

Performance de Diogo Liberano, para o trabalho: Violenta entre quatro paredes.

Para Taianã e Aline:

|

Para Taianã e Aline.

|

Acho que envelheci. Algumas coisas eu não topo mais.

quebrou de vez.

|

Quebrou o dente do pai da família
Quebrou o porta-retrato do tio morto da família
Quebrou os computadores
Quebrou os quadros
Quebrou os pratos e os copos
Quebrou a escrivaninha
Quebrou o vídeo-cassete
Quebrou a janela
Quebrou o ventilador de teto
Quebrou os celulares
Quebrou a luminária
Quebrou Rua Ministro Viveiros de Castro 62\303
Quebrou o lar feliz e perfeito da família
Quebrou a leveza da vida
Quebrou a vida sem trauma
Quebrou a tranqüilidade
Quebrou as duas camas de solteiro que viram uma de casal da família
Quebrou dormir junto
Quebrou a campainha que era um passarinho
Quebrou o bar e os licores e as taças de cristal
Quebrou a luz lilás do hall
Quebrou a banheira
Quebrou o bidê
Quebrou o aquecedor que só acende com fósforo
Quebrou a lousa branca
Quebrou a Vanessinha, o Valtinho e a Valéria
Quebrou as paredes rabiscadas
Quebrou o campeonato de volley dentro de casa
Quebrou o 2541-8335
Quebrou o recreio
Quebrou boletim
Quebrou notas azuis e vermelhas
Quebrou assinatura do pai e\ou responsável
Quebrou a reunião de pais que só ia a mãe da família
Quebrou aparelho nos dentes
Quebrou palmilha
Quebrou tênis de cano alto
Quebrou tamagochi
Quebrou o teletrim
Quebrou asinha de galinha para sair voando
Quebrou só o recheio do biscoito recheado
Quebrou verruga no cotovelo direito da mãe da família
Quebrou pônei
Quebrou bingos
Quebrou o namorado da mãe da família
Quebrou avó da família
Quebrou Margô
Quebrou Jorginho.

Aula de Ballet - Para Dóris e Lila:

|

- as crianças lá de casa estão atrás. uma de calça - sem uniforme - e a outra que não consegue manter os pés e as pernas parados. como é corrigir o que ainda não é?

Aula de Ballet - Para Lila e Dóris:

|

Quebrou...

|

Quebrou Niterói. Quebrou dormir no mesmo quarto que a irmã. Quebrou ser presidente de turma. Quebrou competição, qualquer tipo de esporte ou jogatina sem fins lucrativos. Quebrou fumar escondido no recreio. Quebrou o lanche de domingo e as viagens com o pai. Quebrou as compras com a mãe e o elevado da sala de jantar da família. Quebrou a tampa da privada e, me lembro agora, que essa foi uma de nossas maiores discussões. Quebrou o sexo, o tesão por meninas e a rede da casa da Sol. Quebrou o corredor, o 901, o 1304 e o bloco B. Quebrou o play, quebrei eu e você. Quebrou se sentir pequeno, estranho no ninho, sem amigos e paradão. Quebrou o Largo do Machado, o parque, a cadela e as lembranças dele, o velho. Quebrou o desejo pela morte. Quebrou a relação, o vaso de acrílico, os tabuleiros de cocada no dia do índio. Quebrou o cobrir, o velcro preto e a camisa ilustrada com um sol - a obrigação de estar sempre sorrindo. Quebrou o elevador uma série de vezes. Quebrou a luz, a revista a fama e a zorra. Quebrou uma série de coisas pequenas que não podem, e nem devem, fazer parte dessa lista. Quebrou o cabelo, a barba e o bigode. Quebrou viajar com os pais, o banco de trás e o cheiro forte. Quebrou e continua quebrando.

Quebrou.

|

Quebrou primeiro o guarda-roupa e imediatamente os cabides. Quebrou o botão da camisa e da calça jeans larga. Quebrou o espaço que era largo demais para se despir. Quebrou gavetas e fechaduras das meias brancas sem cor e forma. Quebrou qualquer tipo de forma. Quebrou a fôrma da família. Quebrou o silêncio. Quebrou a escultura velha posta sobre o rosto em moldes barrocos. Quebrou o aparelho de fita. Quebrou a Disney. Quebrou as palavras e o olhar mais distante da porta para sala. Quebrou o silver tape. Quebrou o cordão de sementes. Quebrou o único sofá e o dividiu em 3 televisões. Quebrou o mesmo quarto de dormir e suas intimidades. Quebrou o perfume só dela. Quebrou o perfume dele. Quebrou a mesa de bar e o fogão a te sorrir. Quebrou o lugar preferido na mesa. Quebrou qualquer lição de educação. Quebrou o desrespeito e o seu cú, porra. Quebrou mini-portas retratos para foto 3x4. Quebrou a baiana de barro. Quebrou logo aquele prato da viagem para Natal. Quebrou o som. Quebrou cantar sem querer. Quebrou as dobraduras de cartas em forma de casa e coração. Quebrou o caderno de perguntas. Quebrou ah, é sexta-feira. Re-quebra-Re-quebra-Re-quebra sim pode falar pode rir de mim. Quebrou tênis, saxfone, vôlei, escoteiro, natação, academia, kumon de matemática, teatro, desenho mangá, inglês, Kumon de português, espanhol. Quebrou o despertador de dedos nos pés direito. Quebrou o copo marrom. Quebrou o banco do carona. Quebrou a farofa de miúdos.

peito pra frente,coluna reta, vai, vem...

|






















 

©2011 CACO - possível produção de memória para o espaço da casa | Realizadora Miúda | Design: TNB